quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Viñas en Santiago

Bem amigos do Blog, enfim fizemos um dia todo dedicado ao vinho, o objetivo principal da viagem. Apesar de ter conseguido chegar ao hotel com facilidade, percebemos que locomover-se pela cidade de Santiago de carro seria mais difícil que todas as outras pelas quais passamos. Por isso, resolvemos contratar o serviço de um guia para um passeio por duas vinícolas. Tínhamos opção de fazer o passeio na Concha y Toro, mas não fizemos por ser a maior e mais conhecida vinícola chilena no mundo. Nós não estamos buscando conhecer o que existe de maior, mas sim de melhor no mundo do vinho na América do Sul. Assim, escolhemos a pequena - mas muito distinta - Aquitânia; bem como a Undurraga, que foi a primeira chilena a exportar para o continente europeu, em plena crise de 1929.
Com mapas da cidade de Santiago - que é muito extensa territorialmente - sabíamos que visitaríamos vinícolas próximo da cidade. Mas não esperávamos visitar uma, literalmente, no meio da cidade. A vista ao lado é do mirante da Aquitânia, que fica bem no meio de um bairro novo em Santiago. Em primeiro plano parte do vinhedo; num segundo, um conjunto residencial ainda em construção. Depois do conjunto, outro vinhedo da Cousina (pronuncia-se coucinha em espanhol chileno) e, ao fundo, o centro da cidade. Todos sabem que, em pouco tempo, estes vinhedos terão que dar lugar as casas. Mas é uma pergunta que não cala entre os locais.
Uma visita pela manhã e um almoço com o grupo do qual fazíamos parte neste dia: 2 canadenses, 3 mexicanos, uma chilena e 2 brasileiros (nós). No começo foi tudo muito formal, mas durante o almoço trocamos idéias sobre muitos assuntos e pudemos conhecer mais sobre estas culturas. Não por minha influência, mas conversamos bastante sobre os sistemas de saúde dos países das pessoas do grupo. É fabuloso como o sistema chileno é correto, consistente e efetivo. Os mexicanos certificaram que neste país é muito parecido com o Brasil. Claro que, sobre o sistema canadense, não temos muito que escrever - pois é reconhecidamente bom.
A tarde fomos à Undurraga. Uma das maiores exportadoras do Chile, principalmente para a Europa e EUA. Produzindo anualmente mais de 15 milhões de litros de vinho, foi a maior vinícola que visitamos até o momento. Uma verdadeira indústria de vinho, totalmente computadorizada; mas que guarda muitos dos valores tradicionais do vinho chileno. Com vinhedos em Santiago (capital), vale do Maipo e sul do país, produzem diversos produtos (espumantes, vinhos de consumo rápido, de guarda, late harvest e outros) das mais diversas cepas possíveis. O produto principal, embora não tenham afirmado categoricamente, notamos que é uma combinação de Pinot Noir e Chardonay para um espumante extra-brut. Não provamos ainda (pois está no frigobar para hoje). No mais, foi uma visita muito agradável, com um gruia muito tolo, que passou todo tempo contando piadinhas e fazendo caretas.
Esta foto, é da cave principal dos vinhos premiun da Undurraga. Na verdade, trata-se da antiga cave da casa da família Undurraga - que hoje não mais administra a vinícola, que foi comprada por um grupo empresarial colombiano. Esta casa foi quase totalmente destruída por um terremoto em 1985. Há dois anos, quando compraram, os colombianos restauraram toda cave com a nobre finalidade de guardar os melhores vinhos desta bodega por cerca de 18 meses em barricas de roble (carvalho) francês.
Aliás, foi este ótimo guia que nos ensinou a diferença entre barricas americanas e francesas. Para aqueles que não sabem, uma barrica custa US$ 700 (norte-americanas) e €$ 1.000 (francesas), e tem propriedades para - no máximo - 5 safras. Só nesta cave, existem mais de 500 barricas destas. Depois do quinto ano de uso, são vendidas por US$ 10 para qualquer pessoa que as queira. Bem, voltando a explicação da diferença... ele disse: "quem tomar um porre de vinho envelhecido em barrica francesa, termina a noite falando francês, e o bebum do vinho de barrica norte-americana..."!
Um abraço à todos, e até amanhã com informações do litoral chileno (Valparaíso e Viña del Mar)!
Tchau,
Ricardo e Sandra

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